quarta-feira, 4 de maio de 2011

Como a Internet Mudou Para Sempre as Leis Econômicas que Vivemos

Em apenas 10 anos, a Internet tem afetado o capitalismo, as empresas e a maneira como vivemos como nunca nada antes já visto. Entenda como as leis econômicas que regem os negócios estão mudando para os próximos anos em sua vida, empresa e país.

Esses dias estávamos conversando no escritório sobre como certas coisas que eram super rotineiras até pouco tempo atrás simplesmente estão sumindo de nossa agenda e habitos diários. Coisas simples como:
  • Enviar um FAX
  • Enviar um Telegrama
  • Ir na Locadora de filmes (lembra que filmes que eram parte do "acervo" eram mais baratos?)
  • Fila de Banco (Ok .. Antigamente ainda pegava, mas depois que virei cliente Unibanco UniClass, tem um caixa exclusivo para clientes class, sempre sem fila ... Seu banco deve ter algo assim.)
  • Pesquisar e comprar livros (usados principalmente ...)
  • Ir na loja para comprar CDs
  • Ligar para ver horários de ônibus e voôs
  • Pedir segunda vida de contas de luz, telefone, etc.
E a lista poderai continuar por horas ... e isso me fez pensar: "Como pode algo que existe a 10 anos (levando-se em consideração a Internet ter realmente atingido a maioria dos Brasileiros a partir de 1999) ter mudado outros hábitos que tinhamos a décadas? Existe ainda um outro fator muito interessante que me veio a mente, sobre como essa mudança afetou também os princípios da economia moderna, que tem sido a base de nosso sistema financeiro há séculos.

Princípios da Economia Moderna (E quem as inventou?)



Você conhece a história.

Em 1776 Adam Smith (escritor e filósofo Irlandês) escreveu um livro chamado "Riqueza das Nações" (Wealth of Nations), que abordava as razões pelas quais Adam acreditava serem responsáveis por uma nação ser rica e outra pobre.

Eu não sei muito sobre a vida dele, mas sei que ele era esperto pra caramba. Tão esperto que suas idéias permanecem praticamente intactas até hoje, e são usadas por quase todas as nações desenvolvidas. Ele até figura as atuais notas de 20 libras do Reino Unido (UK - Foto acima).

Algumas dessas idéias, era sobre como nós atribuímos valor as coisas e era baseado em três pilares:

1. Capacidade de Exclusão:
O vendedor pode "excluir" você da posse do produto (como uma Telecom que corta sua linha telefônica quando você não paga). O produto é complexo para ser replicado, então se você quer mesmo tê-lo, precisa comprar do vendedor.

2. Uso Exclusivo:
O produto não pode (na medida do possível) ser usado por mais de um pessoa. Se duas pessoas desejam usá-lo, você precisa comprar duas unidades. (Deve ser por isso que o McDonalds e a Indústria de preservativos estão tão ricos, pois produzem coisas que somente uma pessoa pode usar... :D ).

3. Transparência:
Compradores podem identificar com clareza o que eles estão adquirindo, antes mesmo da compra. (Por exemplo, como NÃO fazem os picaretas que vendem carros usados, "maquiando" seu problemas para vender logo.) Essas regras funcionaram por séculos, principalmente quando falamos de produtos físicos, como carros, frutas e roupas.

Mas Será que Isso Funciona com Produtos Não-físicos?

As leis de Adam Smith funcionaram que era uma beleza durante muitoooooo tempo. Até que em 1956 aconteceu algo fantástico nos Estados Unidos: o número de "Trabalhadores de Conhecimento" passou, pela primeira vez na história da humanidade, o número de "trabalhadores braçais" ou de "fábrica". Existiam agora, mais contadores, professores, engenheiros, advogados, publicitários, consultores e afins do que trabalhadores clássicos como agricultores e metalúrgicos.

E qual a diferença do primeiro para o segundo grupo?
O primeiro trabalho com um produto intangível chamado "informação".

Esse foi o marco do fim da era industrial. A Era da Informação acabara de nascer. E com isso, a demanda por informação estava mais alta do que nunca. E foi ai que os três pilares de Adam Smith começaram a balançar na base. Veja bem .. antes da Internet, qualquer informação era paga.

As indústria literária e fonográfica cresciam de vento em poupa. Os autores de qualquer pedaço de informação ou propriedade intectual eram (razoavelmente) pagos por sua criação. Impérios de mídia (televisãom rádio, jornais e revistas) foram criados. Claro,se você emprestar um disco ou livro para um amigo, ele teria acesso ao conteúdo sem pagar nada ... mas você pagou.

Mas com o advento da Internet, a casa de Adam veio abaixo.


Veja bem: 1. Capacidade de Exclusão: Conteúdo era fácil de criar e enviar para outras pessoas. (Você pode ter um site com acesso pago, mas dificilmente ele terá informação que não possa ser encontrada em algum lugar).

2. Uso Exclusivo:
Ta de brincadeira né? Um email é suficiente para enviar seu conteúdo para um mundo e meio.

3. Transparência:
Agora que você já tem acesso ao conteúdo ... meio que perde a vontade de comprar, não? (Duvida? Veja o que o MP3 fez com a indústria dos CDs das Gravadoras).

De acordo com nosso amigo Alan, quando algo é controlável, pessoal e previsível ele teria (teoricamente) o máximo valor. Mas com a Internet, veio a explosão de emails, websites, foruns, blogs, vídeos e redes sociais e nunca se teve mais acesso a conteúdo público e grátis (olha o que aconteceu com os jornais de papel depois da internet)e mesmo assim, nunca se teve tanta sede de conhecimento quanto agora.

Hoje a distância de um clique, você tem acesso a informação de qualidade de todo o tipo, geralmente disponibilizada por outras pessoas para qualquer pessoa que tenha desejo de acessá-lo possa fazê-lo. Então ... vivemos num mundo imerso em (e movido por) informação e que (graças a Internet) tornou-se a prova viva que as leis econômicas de Alan precisam ser re-formuladas e adaptadas, pois não são mais eficazes.

O Futuro das Leis Economicas

Agora chega a parte aonde eu digo qual será o próximo modelo econômico que dominará o mundo, certo? Quem dera eu soubesse.

E se soubesse, não daria gratuitamente aqui .. venderia pelo menos ne? :)

Mas não custa chutar e aqui vai o meu:

Num mundo com abundãncia de informação, surge uma escacez de outro recurso extremamente precioso para nossa vida moderna: a capacidade de prestar atenção.

Veja bem, se você tem 1 filho, ele ganha tanta atenção da família que pode ficar mimado. Se você tem 10 filhos, enquanto vivermos em um mundo aonde o dia continua tendo só tendo 24 hs, eles nunca terão a a atenção de qualidade que 1 só filho demanda de um pai ou mãe.

Se no nosso dia lemos sobre 10 assuntos diferentes, não é possível ler todos com a mesma atenção que você teria se se focasse em um só assunto e aprendesse tudo sobre ele. Logo ... a "atenção" que temos para distribuir entre os assuntos que são mais importantes para nós se torna o mais valioso "recurso" da sociedade moderna. Quem tem a capacidade de levantar e manter a atenção de outras pessoas tem a mais alta chance de ter sucesso em sua área de atuação.

Um Exemplo de Como Atenção Rende Ótimos Frutos

E é exatamente por isso que os atletas, atrizes, músicos e astros de TV tem as mais bem pagas profissões do mundo. Duvída?

Recentemente o jogador português Cristiano Ronaldo foi vendido para o time de futebol espanhol Real Madrid por R$257 milhões - o maior valor já pago por um jogador na história do futebol. No dia de apresentação oficial do jogador para a torcida do Real Madrid, ele bateu três recordes ao mesmo tempo: maior número de camisetas vendidas, maior valor pago por um jogador na história e o maior número de torcedores presentes para ver a apresentação de um jogador (saiba mais).

É por isso que times estão se amontoando para comprar jogadores como Cristiano Ronaldo. Quando citam o nome dele na TV, as pessoas param para ver. As pessoas comentam. Assitem videos dele no Youtube. Ele tem a atenção das pessoas. Atenção essa que as empresas (patrocinadores) estão muito dispostos a pagar um premium para ter um pouco refletida em suas marcas.

Nossa atenção determina o que aprendemos, absorvemos e sentimos. Nosso conhecimento e sentimentos determinam nossas decições. Imagine o poder disso!

E você? Se arriscaria a chutar qual regra poderia ser a próxima a dominar o mundo ecônomico?

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